terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ei...esse texto é meu??

Mudando um pouco o foco da Greve, resolvi fazer um comentário a respeito de apropriar-se do que não é seu. Vou explicar-me.


Meses atras apliquei uma avaliação em minhas turmas de 1ºano (Ensino Médio), uma atividade de produção textual em formato de HQ's e de Cordel. E tamanha foi minha decepção ao perceber que 50% dos alunos plagiaram... (teve Patativa, Manoel Cabloco, Maurício de Sousa e mais.)Respirei fundo e fui dura como nunca costumo ser com eles. Além do sermão, todos os plágios foram punidos com nota ZERO, sem direito a refazer o trabalho. E a princípio...não vou mentir... fiquei com receio de fazer isso... Não dar uma segunda chance, mas depois pensei: Não sou professora de História, sou professora de gente... e a impunidade não me parece uma forma adequada de educar. E sei que eles (a maioria) apoiaram a minha atitude.

***

Temos que acabar com essa mentalidade do "jeitinho brasileiro". Nem sempre o caminho mais fácil é o correto, ou vai acabar bem. Acho que eles aprenderam a lição.

Será pretensão ou ingenuidade achar que poderia plagiar Patativa do Assaré, e que eu não iria perceber? Espero que seja ingenuidade.

Como se chama quando você se apropria de algo que não é seu, sem a devida permissão do dono?
No plano material: roubo.
No plano intelectual: plágio.

E plágio é crime.

Com a internet, as informações correm rapidamente...milhões delas...mas o conhecimento não é tão rápido quanto a disseminação das informações. Simplesmente fazer um CTRL+C e CTRL+V... não vai te fazer construir conhecimento...
Temos que ter cuidado com as informações que colhemos e o principal: DAR OS CRÉDITOS de quem as elaborou.

Um texto de Martha Medeiros é lindo, profundo, inteligente... mas é dela. Se coloco no meu perfil de orkut...tenho que dizer que é dela... Ou pretensiosamente quero que achem que é meu? Que espécie de elogio fajuto é esse ao seu próprio ego??

Tenho textos meus aqui...nesse blog. E compartilho com aqueles que viajam por minha algazarra. Mas saíram daqui...das minhas experiências e sentimentos... É o meu modo de ver e escrever o mundo. Quer utilizá-lo? Que bom! é uma honra... saber que houve empatia pelo escrito/sentido. Mas eles são meus... E eu sou Ana Léa Bastos Lima... com todos defeitos e qualidades, marmotagens e criatividade que me identificam, que me formam e que me exprimem.

abraços!

Cada dia mais apaixonada por minha profissão: De suor e de lágrimas, mas com muitos sorrisos e possibilidades de construção. Alunos meus: Abraços! Queros-os grande em caráter e respeito.


2 comentários:

Anônimo disse...

Léa, tá generalizado. Ontem uma das minhas professoras fez o mesmo sermão pra um bando de gente que quer ser jornalista e nem texto seu consegue escrever. Tá difícil. A internet facilitou o acesso a informação, mas virou libertinagem total, perderam a noção. Plágio é crime, concordo com você. Trabalho acadêmico, fazer ciência, é tudo difícil e é pra quem tem coragem. Pior é subestimarem sua inteligência e acharem que você não vai notar. Ê ê, só amando a profissão mesmo, hein?

Janaína Bento disse...

Léa realmente o negócio tá sério e se nós como educadores não punirmos mesmo, serão profissionais sem conteúdo. Como amigos tb devemos dar nossos BASTA, ou vai dizer q nunca escutou alguém contar uma história como se fosse dela, mesmo q pertencesse a outrém. Meu blog tem o nome de leituras e apropriações no sentido não da reprodução da idéia alheia, mas no sentido de tomar p/ si, internalizar o sentido daquela palavra, emoção e depois exprimí-la do jeito q vc sentiu. Tb coloco no Blog o proprietário dos textos ou imagens q exponho. A maioria das besteiras postadas são minhas mesmo, afinal só posto as besteiras :).
Bjs.